Um olhar sobre a comunicação do Estado acerca da proposta de abertura comercial da Base de Alcântara
Palavras-chave:
Comunicação, Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, Base de AlcântaraResumo
Este artigo analisa a comunicação exercida pelo Estado Brasileiro acerca da proposta de abertura comercial da Base de Alcântara, viabilizada por meio do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), assinado entre Estados Unidos e Brasil em março de 2019. Como objeto empírico, foram escolhidos 31 materiais informativos publicados no site oficial do governo brasileiro. Teoricamente, a pesquisa se ampara nos conceitos de comunicação governamental e pública e sua relação com o interesse público e promoção da cidadania (BRANDÃO, 2009; DUARTE, 2007; WEBER, 2017; LOCATELLI, 2014; 2017). Se busca entender nesse estudo como se apresentam discursivamente argumentos em prol da implementação da medida intergovernamental que prevê a abertura comercial da base de Alcântara. Como objetivos, elenca-se: 1) Propor uma reflexão acerca do conceito de comunicação pública; 2) Mapear as notícias sobre o AST EUA Brasil no site do Governo Federal segundo critérios pré-estabelecidos; 3) Identificar as estratégias discursivas presentes nos materiais informativos. Metodologicamente, apoia-se na Análise de Discurso Crítica (ADC) de Norman Fairclough (2016) e utiliza o software de análise qualitativa MAXQDA como auxílio à leitura dos textos. Os resultados mostram que a comunicação do governo brasileiro sobre o AST EUA-Brasil e a comercialização de lançamentos privados na base localizada no litoral maranhense envolve um esforço comum de diversas pastas e instâncias do Poder Executivo. Se observa também o uso instrumental da comunicação em busca estratégica de pautar a discussão pública sobre o tema por um viés desenvolvimentista.