Favela de Lata: O Turismo de Luxo e as Paisagens Midiáticas da África do Sul que Acionam Regimes de Invisibilidade Étnica
Palavras-chave:
imaginário, imagem, comunicacão, favela, turismoResumo
Este artigo tem como objetivo discutir a imagem da favela de lata Shanty Town, favela “fake” oferecida pelo Emoya Luxury Hotel and Spa, na África do Sul, bem como o imaginário acionado a partir da divulgação da atração na mídia. A hipótese levantada é de que a exemplo dos Zoológicos Humanos, a proposta alimenta processos de intolerância étnica. Para tanto, o método aplicado é de análise textual dos comentários de noticiários brasileiros na época de lançamento, em 2012. As narrativas extraídas da opinião dos internautas apontam que, como em uma pintura trompe le’oil, os barracos coloridos da Shanty Town tornaram-se uma representação viva dos processos de invisibilidade étnica e do investimento na visibilidade espacial, simulando favelas que camuflam a vida e acordam o imaginário dos Zoológicos Humanos. Para discutir imagem e imaginário, elencamos Bystrina (2009), Durand (2014) e Silva (2019).