O documentário etnográfico no Brasil
o pioneirismo de Luiz Thomaz Reis para o cinema e para o registro de patrimônios culturais de povos originários
Palavras-chave:
Luiz Thomas Reis, Rituais e Festas Bororo, Documentário, Documentário Etnográfico, Patrimônio CulturalResumo
O artigo recupera um episódio significativo para a história do documentário e para o registro de patrimônios culturais. Em 1910, Luiz Thomaz Reis foi recrutado para documentar o trabalho da Comissão Rondon e passa a registrar atividades cotidianas dos indígenas brasileiros. Em 1917, Reis realiza o filme Rituais e Festas Bororo e, além do pioneirismo documentário, executa o registro de saberes e fazeres que constituem os significados do que hoje se entende como bens de natureza imaterial. Desta forma, o objetivo do artigo é debater o pioneirismo de Reis na historiografia do cinema, ao mesmo tempo apresentar os patrimônios culturais registrados no filme brasileiro. A metodologia da pesquisa parte da conceituação desenvolvida por Jordan (1995) que determina que Rituais e Festas Bororo é o “primeiro filme etnográfico verdadeiro”, além de se amparar em Altmann (2009) para analisar as diferenciações entre objetividade científica e subjetividade artística no fazer um filme etnográfico.